MORRNAH NALAMAKU SIMEONA

Para apreciar o que torna extraordinária a Morrnah, é necessário entender que quem ela era e como ela viveu é tão importante quanto as conquistas para as quais ela é reconhecida.

Morrnah Nalamaku Simeona

Rainha Lili'uokalani , a última monarca e única mulher a reinar no Reino do Havaí

Morrnah nasceu em Honolulu, no Havaí, em 19 de maio de 1913, na família respeitada de Kimokeo e Lilia Simeona. Sua mãe era uma das poucas Kahuna Lapa'au kahea (uma que usa palavras e cantos para curar) e, como tal, tornou-se uma dama de espera para a rainha Lili'uokalani , a última monarca e única mulher a reinar no Reino do Havaí, perto do fim da vida do monarca.

Embora não haja tradução direta para "Kahuna", literalmente "Ka" significa luz e "huna" significa segredo, como na sabedoria sagrada. Em inglês, "Kahuna" é muitas vezes traduzido como xamã, sacerdote, especialista ou pejorativamente, mago. No entanto, um Kahuna, com o poder de um xamã, o treinamento focalizado de um especialista e os links místicos de um sacerdote é um líder espiritual e reverente cuidador de sua comunidade, mesclando os mundos interno e externo em harmonia combinada.

Morrnah estava cercada por esta antiga tradição de cura oral desde o início. Ela cresceu em um mundo multidimensional onde as realidades internas e externas eram fluidas, onde as correntes de energia informavam sua compreensão e onde, em contraponto, o mundo externo estava associado às pressões da cultura ocidentalizada.

Aos três anos, ela foi reconhecida para continuar essa tradição viva. Uma vez que o treinamento foi oral, transmitido de professor para aluno, não havia livros para ler, sem anotações a serem tomadas. Morrnah aprendeu ouvindo, repetindo e lembrando. De acordo com Martyn Kahekili Carruthers, "um aluno deveria ter uma aptidão natural, uma boa memória e aprender rapidamente. Eles foram cuidadosamente testados. As instruções foram dadas duas vezes, com um máximo de três repetições ... Pouco tempo foi desperdiçado no incompetente ou lento. "

Além do treinamento de Kahuna, Morrnah foi à escola católica onde o caminho de Cristo a influenciou profundamente espiritualmente. Eventualmente, ela passou a estudar as tradições metafísicas da Índia e da China, e depois as obras de Edgar Cayce.

Edgar Cayce (Morrnah Nalamaku Simeona)

Edgar Cayce, psíquico americano (cortesia Wikimedia Commons )

Na comunidade havaiana nativa, um Kahuna serviu tudo igual e com respeito. Até certo ponto, o Kahuna estava envolvido em todos os aspectos da vida comunitária, curando doenças mentais, emocionais e físicas, além de resolver divergências mais amplas. Ao mediar entre os reinos espirituais e a comunidade, um Kahuna manteve um equilíbrio de harmonia necessário. A cura ocorreu de diferentes maneiras, em diferentes níveis. De acordo com Carruthers, "A Kahuna pode frequentemente reconhecer e dissolver problemas potenciais antes de ocorrerem. Se uma doença não respondeu a la'au lapa'au (ervas medicinais), lomilomi (massagem) ou la'au kahea (cânticos de cura), então essa doença foi considerada como representando um desequilíbrio na comunidade. Ho'oponopono (cura familiar) pode ser necessário. "

Morrnah viveu o caminho de seus antepassados ​​como um membro valioso de sua comunidade, praticando silenciosamente seus dons de cura por mais de metade de sua vida.

Morrnah também era um mestre LomiiLomi Lapa'au, ou seja, um mestre da massagem curativa havaiana. LomiLomi foi chamado "a conexão do coração, mão e alma com a fonte de toda a vida" por Leina'ala K. Brown-Dombrigues. Morrnah estudou anatomia, bem como a imposição das mãos. Ela ganhou a capacidade de sentir a presença de energias de cura que ela usou nos tratamentos de massagem.

Como LomiLomi Lapa'au, Morrnah possuía e operava spas de saúde no hotel Kahala Hilton e no hotel Royal Hawaiian em Waikiki Beach por dez anos. Em 1971, quando Morrnah tinha 58 anos, Eugene Gauggel descreveu seu primeiro encontro com ela. "Ela sentou-se em sua mesa de recepção, que tinha uma escultura de madeira de uma mão, tamanho real, embora esculpida de forma abstrata. Quando me sentei diante da projeção de energia desta mão da palma aberta, pude sentir alguma energia em minha direção. Tudo sobre o lugar era de natureza curativa. A atmosfera era intemporal e a sensação de espaço era expansiva e ilimitada. Ela era uma alma gentil que falava pouco, mas sentia muito. Ela inspirou relaxamento, confiança e uma sensação de paz profunda ... ela não tentou explicar as coisas. Pode-se sentir algo especial em sua presença. Minha impressão é que ela estava enviando energia de cura através de seu silêncio e intenção. Ela era muito amorosa e de fala suave. "

O Royal Hawaiian Hotel, onde Morrnah Nalamaku Simeona possuía e operava um spa de saúde

O Royal Hawaiian Hotel, onde Morrnah possuía e operava um spa de saúde (cortesia Wikimedia Commons )

Os spas de saúde tornaram-se a maneira pela qual o mundo maior descobriria um dos tesouros nacionais do Havaí. Os clientes incluíram Lyndon B. Johnson, Jackie Kennedy e Arnold Palmer. Ao tratar esses clientes, Morrnah observou os efeitos da cultura ocidental, que ela descobriu com equilíbrio com espírito e Fonte.

Ela disse que "as pessoas ocidentais têm grande dificuldade em colocar o intelecto para trás. É difícil para a mente ocidental ter uma compreensão de um Ser Superior, porque nas igrejas ocidentais tradicionais, os Seres Superiores não são evidenciados ".

Ela continuou: "O homem ocidental chegou aos extremos com seu intelectualismo, ele divide e mantém as pessoas separadas. O homem então se torna um destruidor porque ele gerencia e lida, ao invés de deixar que a força perpetuadora da Divindade flua através dele para a ação correta ".

Ela reconheceu a profundidade da doença e a dor de que a civilização ocidental precisava de cura e sabia que Ho'oponopono poderia ajudar. Ho'oponopono significa fazer direito ou corrigir um erro. O formato tradicional requeria toda a família para participar da cura. Com um moderador presente, cada membro da família teve a chance de pedir perdão aos outros.

Morrnah pensou que essa forma de resolução - a cura do perdão poderia ajudar as pessoas que conheceu quando visitavam seus spas, mas também sabia que as comunidades e famílias ocidentais estavam fragmentadas, dificultando a reunião formal.

Em 1976, quando Morrnah tinha 63 anos, começou a desenvolver uma nova forma de Ho'oponopono, modificando o processo original.

Seu sistema é simples e pode ser usado com sucesso por qualquer pessoa. O processo de cura inclui a alma e o Divino. Morrnah disse: "Podemos atrair a Divindade que conhece nosso modelo pessoal, para curar todos os pensamentos e memórias que nos estão segurando neste momento", continuou ela. "É uma questão de ir além dos meios tradicionais de acesso ao conhecimento sobre nós mesmos.

Nós somos a soma total de nossas experiências, o que significa que estamos sobrecarregados por nossos passados. Quando experimentamos estresse ou medo em nossas vidas, se olharmos atentamente, acharíamos que a causa é realmente uma memória. São as emoções ligadas a essas memórias que nos afetam agora. O subconsciente associa uma ação ou pessoa no presente com algo que aconteceu no passado. Quando isso ocorre, as emoções são ativadas e o estresse é produzido. Morrnah Nalamaku Simeona

O processo de Ho'oponopono envolve quatro frases que podem ser repetidas em qualquer ordem:

Desculpe

, me perdoe,

agradeço,

eu amo você

Ao dizer essas palavras uma e outra vez, uma pessoa é dita para conectar sua própria luz interior com a luz da Fonte. Ao longo do tempo, os padrões no subconsciente se dissolvem e, ao perdoar as partes dentro disso, mantêm esses padrões, o mundo exterior da pessoa recupera equilíbrio e harmonia.

"Limpe, apague, apague e encontre seu próprio Shangri-La. Onde? Dentro de você. O processo é essencialmente sobre liberdade, total liberdade do passado ", disse Morrnah.

Morrnah Nalamaku Simeona foi nomeado um tesouro vivo do Havaí em 1983

Morrnah foi nomeado um tesouro vivo do Havaí em 1983

Em agosto de 1980, aos 67 anos, Morrnah apresentou esse processo de cura Ho'oponopono na Convenção Mundial de Huna em Ponolu'u, no Havaí. Ela passou a próxima década ensinando Ho'oponopono em todo os Estados Unidos, Ásia e Europa. Ela também ensinou o curso Self-I-Dentity Ho'oponopono na Universidade do Havaí, Johns Hopkins University e várias instalações médicas.

Ela criou várias bases destinadas a difundir os ensinamentos Ho'oponopono, os Seminários Pacifica na década de 1970, a Fundação 'I' Inc. em 1980 e o ramo alemão dos seminários Pacifica em 1990. Ela criou três livros didáticos, "Auto-Identidade através de Ho'oponopono, Basic 1, "Basic 2" (a ser usado após dois anos de prática) e "Basic 3" (a ser usado após cinco anos). Em 1990, a 8ª edição do "Basic 1" foi traduzida e impressa em alemão e francês.

Com 70 anos, Morrnah foi oficialmente reconhecido como Kahuna Lapa'au e foi nomeado um Tesouro Vivo do Havaí em 1983. No mesmo ano, ela foi convidada a apresentar Ho'oponopono às Nações Unidas na cidade de Nova York e a World Health Organização.

No final do outono de 1990, Morrnah embarcou em seu último passeio de palestras e seminários, viajando por toda a Europa e Jerusalém. Em janeiro de 1991, ela voltou para a Alemanha, onde morava silenciosamente na casa de um amigo em Kirchheim, perto de Munique, até que ela morreu em 11 de fevereiro de 1992, aos 79 anos.

Morrnah Nalamaku Simeona, Kahuna e curandeiro, passaram a vida ajudando os outros a restaurar a luz dentro e a alcançar a paz consigo mesmos, suas famílias e suas comunidades. Dizendo ser uma mulher simples e de coração puro, Morrnah era alegre e gentil, com um cuidado compassivo e respeito pela vida. Embora ela falasse perfeitamente com o inglês, ela falou pouco e falou muito através de sua presença curativa. Ela, tanto quanto seu sistema de Ho'oponopono, é o seu extraordinário presente para o mundo.

Minha Paz "Eu" darei a você, Minha Paz "Eu" deixo com você,

Ha'awi aku wau I ku'u Maluhia ia oe, waiho aku wau I ku'u Maluhia me oe,

Não é a Paz do mundo, mas, só a Minha Paz, a Paz do "eu".

A'ole ka Maluhia o ke ao aka, ka'u Maluhia wale no, Ka Maluhia o ka "I".

Morrnah Nalamaku Simeona